O Movimento Chicano, 1965 - 1975, originário da luta contra a
discriminação dos imigrantes mexicanos nos Estados Unidos, deve ser
lembrado oelo seu ativismo artístico, revelando novos artistas e promovendo a
criação de centros culturais "mexicano-americanos" e hispânicos. Diversos
artistas - norte-americanos de origem hispânica ou migrantes radicados nos
Estados Unidos - trazem os debates sobre a diversidade cultural e produção de
identidades para as obras que realizam. A chamada arte gay conhece maior
notoriedade em função do impacto da Aids no mundo artístico de Nova York e da
atuação de grupos como o Act-Up e o Gran Fury, nas décadas de 1980 e 1990.
Os efeitos dos debates sobre o multiculturalismo no Brasil
mereceriam uma discussão à parte, dada a sua complexidade. País de raízes
mestiças, e que não constitui historicamente minorias que se organizam como
comunidades apartadas do conjunto - os migrantes assimilam à sociedade nacional
-, o Brasil parece ficar à margem dessas discussões até a década de 1980, data
do fortalecimento e visibilidade das chamadas minorias étnicas, raciais e
culturais. A pressão dos novos atores sociais reverbera diretamente no texto da
Constituição de 1988, considerada um marco em termos da admissão do nosso
pluralismo étnico. Os efeitos dessas formas renovadas de engajamento podem ser
observados no campo da produção artística, sobretudo da literatura fala-se em
"escrita feminina", em "vozes negras", homoerótico etc.). Na música jovem, das
periferias urbanas, define-se o espaço de uma cultura negra: o funk, o rap, o
hip hop. O campo das artes visuais recebe o impacto dessas problemáticas - a
experiência das minorias aparece tematizada em um ou outro artista -, ainda que
pareça difícil localizar aí uma produção de cunho multicultural com contornos
definidos
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